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10 Jun, 2007

Psicologia

O que é a Psicologia?

A Psicologia é um conceito familiar para a generalidade das pessoas mas poucos são aqueles que a sabem definir correctamente.

Tradicionalmente, a Psicologia era definida como o estudo científico da mente e comportamento humanos. No final do século XIX, a principal preocupação da Psicologia passava fundamentalmente pelo estudo da mente e da consciência através da introspecção e da descrição da experiência pessoal.

Já no final do século XX, e após um longo período de luta para a definir apenas em termos científicos e comportamentais, a Psicologia passou a ser reconhecida não só como uma ciência mas também, e fundamentalmente, como uma prática interventiva, reflectindo desta forma, a sua ampla abrangência nos dias de hoje.

Neste sentido, a Psicologia é mais frequentemente definida como "o estudo do comportamento e dos fenómenos mentais subjacentes", ou seja, preocupa-se com o comportamento humano bem como com os processos psicológicos que estão na base da saúde física e psicológica. De uma forma mais abrangente, podemos também dizer que a Psicologia atenta nos diferentes aspectos da experiência humana.

Entretanto, a procura de uma definição ideal continua.

 

http://www.psicologia.com.pt

 

Conceitos:

 

Repressão, que é afastar ou recalcar da consciência um afecto, uma ideia ou apelo do instinto. Um acontecimento que por algum motivo envergonha uma pessoa pode ser completamente esquecido e se tornar não evocável.

Defesa de reacção, que consiste em ostentar um procedimento e externar sentimentos ambos opostos aos impulsos verdadeiros, quando estes são inconfessáveis. Um pai que é pouco amado, recebe do filho uma atenção por vezes exagerada para que este convença a si mesmo de que é um bom filho.

Projecção. Consiste em atribuir ao outro um desejo próprio, ou atribuir a alguém, algo que justifique a própria acção. O estudante cria o hábito de colar nas provas dizendo, para se justificar, que os outros colam ainda mais que ele.

Regressão é o retorno a atitudes passadas que provaram ser seguras e gratificantes, e às quais a pessoa busca voltar para fugir de um presente angustiante. Devaneios e memórias que se tornam recorrentes, repetitivas. Aplica-se também ao regresso a fases anteriores da sexualidade,

Substituição. O inconsciente, nas suas duas formas, está impedido de manifestar-se directamente à consciência, mas consegue fazê-lo indirectamente. A maneira mais eficaz para essa manifestação é a substituição, isto é, o inconsciente oferece à consciência um substituto aceitável por ela e por meio do qual ela pode satisfazer o Id ou o Superego. Os substitutos são imagens (representações analógicas dos objectos do desejo) e formam o imaginário psíquico que, ao ocultar e dissimular o verdadeiro desejo, o satisfaz indirectamente por meio de objectos substitutos (a chupeta e o dedo, para o seio materno; tintas e pintura ou argila e escultura para as fezes, uma pessoa amada no lugar do pai ou da mãe, de acordo com as fases da sexualidade, como acima).

Além dos substitutos reais, o imaginário inconsciente também oferece outros substitutos, os mais freqüentes sendo os sonhos, os lapsos e os atos falhos. Neles, realizamos desejos inconscientes, de natureza sexual. São a satisfação imaginária do desejo. Alguém sonha, por exemplo, que sobe uma escada, está num naufrágio ou num incêndio. Na realidade, sonhou com uma relação sexual proibida. Alguém quer dizer uma palavra, esquece-a ou se engana, comete um lapso e diz uma outra que o surpreende, pois nada terá a ver com aquela que queria dizer: realizou um desejo proibido. Alguém vai andando por uma rua e, sem querer, torce o pé e quebra o objeto que estava carregando: realizou um desejo proibido.

Sublimação. A Ética pede a renúncia às gratificações puramente instintuais por outras em conformidade com valores racionais transcendentes. A sublimnação consistitui a adoção de um comportamento ou de um interesse que possa enobrecer comportamentos que são instintivos de raiz  Um homem pode encontrar uma válvula para seus impulsos agressivos tornando-se um lutador campeão, um jogador de football ou até mesmo um cirurgião. Para Freud as obras de arte, as ciências, a religião, a Filosofia, as técnicas e as invenções, as instituições sociais e as ações políticas, a literatura e as obras teatrais são sublimações, ou modos de substituição do desejo sexual de seus autores e esta é a razão de existirem os artistas, os místicos, os pensadores, os escritores, cientistas, os líderes políticos, etc.

Transferência. Freud afirmou que a ligação emocional que o paciente desenvolvia em relação ao analista representava a transferência do relacionamento que aquele havia tido com seus pais e que inconscientemente projetava no terapeuta. O impasse que existiu nessa relação infantil criava impasses na terapia, de modo que a solução da transferência era o ponto chave para o sucesso do método terapêutico. Embora Freud demorasse a considerar a questão inversa, a da atratividade do paciente sobre o terapeuta, esse problema se manifestou tão cedo quanto ainda ao tempo das experiência de Breuer, que teria se deixado afetar sentimentalmente por sua principal paciente, Bertha Pappenheim.

Os mecanismos de defesa são aprendidos na família ou no meio social externo a que a criança e o adolescente estão expostos. Quando esses mecanismos conseguem controlar as tensões, nenhum sintoma se desenvolve, apesar de que o efeito possa ser limitador das potencialidades do Ego, e empobrecedor da vida instintual. Mas se falham em eliminar as tensões e se o material reprimido retorna à consciência, o Ego é forçado a multiplicar e intensificar seu esforço defensivo e exagerar o seu uso. É nestes casos que a loucura, os sintomas neuróticos, são formados. Para a psicanálise, as psicoses significam um severa falência do sistema defensivo, caracterizada também por uma preponderância de mecanismos primitivos. A diferença entre o estado neurótico e o psicótico seria, portanto, quantitativa, e não qualitativa. 

Perversão. Porém, assim como a loucura é a impossibilidade do Ego para realizar sua dupla função (conciliação entre Id e Superego, e entre estes e a realidade), também a sublimação pode não ser alcançada e, em seu lugar, surgir uma perversão ou loucura social ou coletiva. O nazismo é um exemplo de perversão, em vez de sublimação. A propaganda, que induz no leitor ou espectador desejos sexuais pela multiplicação das imagens de prazer, é outro exemplo de perversão ou de incapacidade para a sublimação.

Os sonhos: conteúdo manifesto e conteúdo latente. (Significados conscientes e subconscientes). A vida psíquica dá sentido e coloração afetivo-sexual a todos os objectos e a todas as pessoas que nos rodeiam e entre os quais vivemos. As coisas e os outros são investidos por nosso inconsciente com cargas afetivas de libido. Assim, sem que saibamos por que, desejamos e amamos certas coisas e pessoas e odiamos e tememos outras.

É por esse motivo que certas coisas, certos sons, certas cores, certos animais, certas situações nos enchem de pavor, enquanto outras nos trazem bem-estar, sem que saibamos o motivo. A origem das simpatias e antipatias, amores e ódios, medos e prazeres desde a nossa mais tenra infância, em geral nos primeiros meses e anos de nossa vida, quando se formaram as relações afetivas fundamentais e o complexo de Édipo.

A dimensão imaginária de nossa vida psíquica - substituições, sonhos, lapsos, atos falhos, prazer e desprazer, medo ou bem-estar com objectos e pessoas - indica que os recursos inconscientes surgem na consciência em dois níveis: o nível do conteúdo manifesto (escada, mar e incêndio, no sonho; a palavra esquecida e a pronunciada, no lapso; o pé torcido ou objeto partido, no ato falho) e o nível do conteúdo latente, que é o conteúdo inconsciente verdadeiro e oculto (os desejos sexuais). Nossa vida normal se passa no plano de conteúdos manifestos e, portanto, no imaginário. Somente uma análise psíquica e psicológica desses conteúdos, por meio de técnicas especiais (trazidas pela psicanálise), nos permite decifrar o conteúdo latente que se dissimula sob o conteúdo manifesto.

 

 Fontes:

 

Cobra, Rubem Q. - A Psicanálise. COBRA PAGES: www.cobra.pages. nom.br, Internet, Brasília, 2003.
("Geocities.com/cobra_pages" é "Mirror Site" de COBRA.PAGES)

 

 

05 Jun, 2007

Eros e Psique



Psique era a mais nova de três filhas de um rei de Mileto e era extremamente bela. Sua beleza era tanta que pessoas de várias regiões iam admirá-la, assombrados, rendendo-lhe homenagens que só eram devidas à própria Afrodite.

Profundamente ofendida e enciumada, Afrodite enviou o seu filho, Eros, para fazê-la apaixonar-se pelo homem mais feio e vil de toda a terra. Porém, ao ver a sua beleza, Eros apaixonou-se profundamente.
O pai de Psique, suspeitando que, inadvertidamente, havia ofendido os deuses, resolveu consultar o oráculo de Apolo, porque as suas filhas encontraram maridos e, no entanto, Psique permanecia sozinha. Através do oráculo, o próprio Eros ordenou ao rei que enviasse Psique para o topo de uma solitária montanha, Lá seria dada como esposa a uma serpente.

  

A jovem aterrorizada foi levada ao pé do monte e deixada ali sozinha.

 Conformada com o seu destino, Psique adormeceu num sono profundo. Enquanto dormia foi conduzida pela brisa gentil de Zéfiro para um lindo vale.
Quando acordou, sem saber onde estava, caminhou por entre as flores, até chegar a um castelo magnífico. Surpreendida pensou que ali deveria morar um deus, tal era beleza do castelo.

Enchendo-se de coragem, entrou no deslumbrante palácio, onde todos os seus desejos foram satisfeitos por ajudantes invisíveis, dos quais só podia ouvir a voz

Quando anoiteceu, aqueles ajudantes invisíveis disseram-lhe que deveria ir para o seu quarto, ela assustou-se, ciente de que ali se deveria encontrar a tal serpente que lhe era destinada como esposo. Sentiu entrar alguém no quarto e começou a tremer, no entanto, uma voz maravilhosa acalmou-a e de seguida sentiu umas mãos ternas a acaricia-la e entregou-se ao prazer que sentia.

De manhã quando acordou estava sozinha, não ouvia nenhuma voz, nem se sentiu acariciada.

As irmãs de Psique souberam o paradeiro de Psique, tinham ido à montanha visita-la e gentilmente a brisa Zéfiro ergueu-as no ar e levou-as para o lindo vale, onde havia um magnífico castelo. Bateram à porta do castelo para visita-la, mas Psique não estava autorizada para deixar entrar as irmãs no castelo, o seu amante misterioso, dissera-lhe que ela não as devia receber. A jovem sentia saudades dela e depois de tanta insistência, a voz misteriosa acedeu ao pedido de Psique, mas com a condição de que ela não deveria tentar conhecer qual a identidade dele, mesmo que as irmãs o insinuassem e a tentassem.


Finalmente Psique pôde abraçar as irmãs, que ficaram cheias de inveja, quando viram como era deslumbrante e maravilhoso o interior do castelo. Perguntaram-lhe pelo esposo e quando é que ele aparecia e cheias de malícia questionaram-na pela aparência física dele. Psique sentiu que a curiosidade delas era a sua e sentiu crescer dentro, o desejo de realmente o conhecer.

À noite o amante alertou-a para que não ouvisse as suas irmãs, pois isso lhe aguçaria o desejo de conhecer o seu rosto e se ela o fizesse jamais o teria novamente. Disse-lhe também que o filho de ambos que crescia no ventre dela seria divino se ela mantivesse o pedido dele, de outra forma seria um mortal.

Ao receber novamente as suas irmãs, Psique contou-lhes que estava grávida, e que sua criança seria de origem divina. As irmãs ficaram ainda com mais inveja, além de todas aquelas riquezas, entenderam também que ela era a esposa de um lindo deus. Assim, trataram de convencer a jovem a saber quem era o seu esposo, pois se ele estava escondendo seu rosto era porque havia algo de errado com ele. Ele realmente deveria ser uma horrível serpente e não um deus maravilhoso.
Psique assustou-se e, escondeu uma faca e uma lâmpada próximo, pensou se aquela voz tão maravilhosa, poderia pertencer a uma serpente e decidida a conhecer a identidade de seu marido, e se ele fosse realmente um monstro terrível, ela sentiu terror e se assim fosse queria mata-lo.

A noite, quando Eros descansava ao seu lado, Psique tomou coragem e aproximou a lâmpada do rosto de seu marido, esperando ver uma horrenda criatura. Para sua surpresa, o que viu porém deixou-a maravilhada. Um jovem de extrema beleza estava repousando com tamanha quietude e doçura que ela pensou em tirar a própria vida por haver dele duvidado.

                                                        


Enfeitiçada pela sua beleza, demorou-se admirando o deus alado. Não percebeu que havia inclinado de tal maneira a lâmpada que uma gota de óleo quente caiu sobre o ombro direito de Eros, acordando-o.

Eros olhou-a assustado, e voou pela janela do quarto, dizendo:
- "Tola Psique! É assim que retribuis meu amor? Depois de haver desobedecido as ordens de minha mãe e de te ter tornado minha esposa, tu me julgavas um monstro e estavas disposta a cortar minha cabeça? Vai. Volta para junto de tuas irmãs. Não te imponho outro castigo, além de te deixar para sempre. O amor não pode conviver com a suspeita."

 Psique sentiu-se gelada por dentro e chorou copiosamente, quando se recompôs, o lindo castelo a sua volta desaparecera, e encontrou-se próxima da casa de seus pais.

Inconsolável, tentou suicidar-se e atirou-se para as águas profundas de um rio próximo, mas suas águas a trouxeram gentilmente para sua margem. Foi então alertada por Pan para esquecer o que se passou e procurar novamente ganhar o amor de Eros.

As irmãs de Psique, fingiram pesar, mas levadas pela inveja partiram para a montanha, pensando em conquistar o amor de Eros. Lá, chamaram o vento Zéfiro, para que as sustentasse no ar e as levasse até Eros. Mas, Zéfiro desta vez não as ergueram no céu, e elas caíram no despenhadeiro e morreram.

Psique, resolvida a reconquistar a confiança de Eros, procurou-o por todos os lugares da terra, de dia e noite, até que chegou a um templo no alto de uma montanha. Com esperança de lá encontrar o amado, entrou no templo e viu um amontoado desordenado  de grãos de trigo e cevada, ancinhos e foices espalhados por todo o recinto. Convencida que não devia negligenciar o culto a nenhuma divindade, pôs-se a arrumar aquela desordem, organizando as coisas nos lugares. Deméter, para quem aquele templo era destinado, ficou profundamente grata e disse-lhe:
- "Ó Psique, não posso livrar-te da ira de Afrodite, mas posso ensinar-te a fazê-lo com as tuas próprias forças: vai ao seu templo e rende a ela as homenagens que ela, como deusa, merece."


 Psique dirigiu-se ao tempo de Afrodite, que ao vê-la no seu templo, não escondeu a sua raiva. Afinal, por aquela reles mortal o seu filho tinha desobedecido às suas ordens e agora ele se encontrava doente, na cama recuperando-se da ferida que a jovem lhe tinha causado. Como condição para o seu perdão, a deusa impôs-lhe uma série de tarefas que deveria realizar, tarefas tão difíceis que poderiam causar a morte a jovem.

 A primeira tarefa era, antes de anoitecer, separar uma grande quantidade de grãos misturados de trigo, aveia, cevada, feijões e lentilhas. Psique ficou assustada diante de tanto trabalho, porém uma formiga que estava próxima, ficou comovida com a tristeza da jovem e convocou o seu exército para isolar cada uma das qualidades de grão.
Como segunda tarefa, Afrodite ordenou que fosse até as margens de um rio onde ovelhas de lã dourada pastavam e trouxesse um pouco da lã de cada carneiro. Psique estava disposta a cruzar o rio quando ouviu um junco dizer que não atravessasse as águas do rio até que os carneiros se pusessem a descansar sob o sol quente, quando ela poderia aproveitar e cortar sua lã. De outro modo, seria atacada e morta pelos carneiros. Assim feito, Psique esperou até o sol ficar bem alto no horizonte,

atravessou o rio e levou a Afrodite uma grande quantidade de lã dourada.
A terceira tarefa seria subir ao topo de uma montanha muito alta e trazer para Afrodite uma jarra cheia da água escura que jorrava de seu cume. No cume da montanha, Psique enfrentou, um dragão que guardava a fonte. Uma águia, que voou baixa, próximo a fonte e encheu a jarra com a negra água.

 

 

Cheia de raiva com o sucesso da jovem, Afrodite ordenou-lhe uma última, porém fatal, tarefa. Psique deveria descer ao mundo inferior e pedir a Perséfone, que lhe desse um pouco da sua beleza, que deveria guardar numa caixa. Psique entrou em desespero, subiu ao topo de uma elevada torre e quis atirar-se, para assim poder alcançar o mundo subterrâneo. A torre porém murmurou-lhe instruções de como encontrar numa particular caverna para alcançar o reino de Hades. Ensinou-lhe ainda como fintar os diversos perigos que iria defrontar-se, como passar pelo cão Cérbero e deu-lhe uma moeda para pagar a Caronte pela travessia do rio Estige, advertindo-a:
- "Quando Perséfone te der a caixa com a sua beleza, toma cuidado, o maior que todas as outras coisas, não olhes para dentro da caixa, pois a beleza dos deuses não cabe a olhos mortais."

Seguindo essas palavras, Psique conseguiu chegar até Perséfone, que estava sentada imponente no seu trono e recebeu dela a caixa com o precioso tesouro. Tomada porém pela curiosidade, quando voltava, abriu a caixa para espreitar. Ao invés de beleza havia apenas um sono terrível que imediatamente se apossou dela.


Eros, curado da ferida, voou ao socorro de Psique e conseguiu colocar o sono novamente na caixa, salvando-a.
Lembrou-lhe novamente que sua curiosidade havia novamente sido a sua grande falta, mas que agora podia apresentar-se à Afrodite e cumprir a tarefa.

Enquanto isso, Eros foi ao encontro de Zeus e implorou a ele que apaziguasse a ira de Afrodite e ratificasse o seu casamento com Psique. Atendendo o seu pedido, o grande deus do Olimpo ordenou que Hermes conduzisse a jovem à assembleia dos deuses e a presenteassem com uma taça de ambrosia. Então com toda a pompa e cerimónia, Eros casou-se com Psique, e no devido tempo nasceu seu filho, chamado Voluptas (Prazer).