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Sou

Sou

A jovem discípula, acercou-se do mestre, e, corando pediu-lhe que falasse do amor.
O sábio sorriu, e, desculpando-se, perguntou-lhe o que ela considerava como sendo o amor.
A discípula explicou:
- Compreendo o amor, como sendo a ânsia que experimentam as praias, que aguardam os beijos sucessivos das ondas contínuas do mar;
" como a sofreguidão, que tem a raiz de introduzir-se no solo, a fim de sustentar a planta;
"como expectativa da rocha que anela pela carícia do vento, embora se desgaste com isso;
"como o desejo infrene da terra crestada, pela generosidade da chuva;
"como a flauta aguarda pelo sopro que lhe arranca das entranhas a doce melodia;
"como o barro esquecido pede ao oleiro que lhe dê forma e beleza;
"como a semente que necessitava despedaçar-se, para libertar a vida;
“como a lâmpada apagada que exige a energia para brilhar;
" O amor é o  sangue novo para o coração e o vinho bom para aquecer a criatura, quando o frio enregela a vida;
"Assim vejo e sinto o amor.
"E vós como vedes o amor?
- O amor é o doce e compreensivo companheiro da criatura em todos dias da sua vida;
"Se esta é jovem, ei-lo que se apresenta, ardente e apaixonado, como no teu caso, mas que segue adiante.
"O amor é calmo e ameno;
"Não incendeia paixões; dulcifica-as;
"Confundido com o desejo, permanece, quando este passa;
"Nunca se irrita, porque espera;
"Considerado como instinto, persiste, quando descoberto pela razão;
" Jamais perturba, pois que felicita e produz harmonia;
" O amor é a claridade que permanece; é pão que nutre; é vida que se irradia da Vida.
"Mesmo quando não identificado, encontra-se presente, porque sem ele, a vida não existe ou perderia o sentido de ser.”
A jovem discípula empalideceu, e, submissa, à voz do amor. Pediu ao mestre;
- Ensinai-me a amar, eu que agora corro em busca do amor, sem dar-me conta  que, em mim, ele se deve irradiar, abrangente, em todas as direcções.
- Não te apresses, no amor, e descobrirás que já começaste a amar, quando sentires necessidade de doar e doar-te sem desejares receber nada em retribuição.

 



 

09 Ago, 2008

O segredo da fada

 

 

Conta-se que havia numa terra qualquer, uma menina  que não tinha nem família nem ninguém para amá-la. Certo dia, sentindo-se excepcionalmente triste e sozinha,  foi passear por um prado e viu uma pequena borboleta presa num arbusto de espinhos.

Quanto mais a borboleta lutava para se libertar, mais os espinhos cortavam as suas asas frágeis. A menina condoída com a borboleta  libertou-a  cuidadosamente da sua prisão de espinhos. Em vez de voar para longe, a pequena borboleta transformou-se num elementar, na forma de uma  bonita fada. A menina esfregou os olhos, sem acreditar.

- Por sua maravilhosa gentileza e nobreza – disse a  fada à menina -, vou realizar qualquer desejo que escolheres.

A menina pensou um pouco e depois respondeu:

- Eu quero ser feliz!

A fada disse:

- Muito bem – e, inclinando-se na direção dela, sussurrou-lhe alguma coisa no seu ouvido. Em seguida, a fada desapareceu.

Enquanto a menina crescia, não havia ninguém na região tão feliz quanto ela. Todos lhe perguntavam o segredo da sua felicidade. Ela apenas sorria e respondia:

- O segredo da minha felicidade é o que uma fada me disse quando eu era menina.

Quando estava bem velhinha, no seu leito de morte, todos os vizinhos se reuniram à sua volta, com medo de que o maravilhoso segredo morresse com ela.

- Conte, por favor – imploraram eles. – Conte o que a fada disse.

A adorável velhinha simplesmente sorriu e respondeu:

- Ela disse-me que todo mundo, por mais seguro que pareça ser, quer seja velho ou novo, rico ou pobre, precisa de mim.